Voltei à Los Angeles em Abril, pelo segundo ano, para tirar umas férias. O período é sempre o mesmo – por coincidência, depois do São Paulo Fashion Week e Fashion Rio, acontece o Coachella em Palm Springs. Neste ano preferi pular o Coachella: não estava louco pelo line-up, um pouco de preguiça do perrengue (solzão, andança, ressaca), e a sensação de gastar dinheiro para fazer exatamente a mesma coisa me dá um pouco de aflição. Se o Coachella deu uma orkutizada ou não, nem faço juízo de valor. Mas tava morto de cansado, e não fui.

Abril é uma época incrível pelo clima (solzão, solzão, solzão) e a cidade não está muito cheia. Queria fazer uns programas mais locais – acabei fazendo algumas coisas diferentes, e aprendi algumas coisas da cidade para dividir com vocês.

1. Não fique em Santa Monica / Venice

Este ano dividi minha estadia entre Santa Monica / Venice Beach em um motel (Rest Havel Motel – xexelento, mas gracioso) e a casa de um amigo no Franklin Village. A Los Angeles de verdade acontece no East Side: Hollywood, Los Feliz, Silver Lake, Echo Park. Ficar em Santa Monica é uma mega contramão, a não ser que você não queira mesmo sair de lá. Durante uns dois dias é legal, mas depois não tem muita novidade. Los Feliz é o lugar mais astral.

2. Compras? Vá ao Space 15 Twenty

No coração de Hollywood, muito pertinho da Amoeba Music, fica a galeria/shopping Space 15 Twenty com a melhor Urban Outfitters de Los Angeles (esta em especial é imensa, que mistura galeria de arte, além de roupas, acessórios, loja vintage); a livraria Hennessey + Ingalls (http://www.hennesseyingalls.com/), uma livraria de arte, arquitetura e design que prejudicou muito o meu orçamento – títulos e revistas i-n-c-r-í-v-e-i-s; e a loja da adidas originals. Vale muito à visita, depois ou antes de passar na Amoeba, claro.

3. Roupa masculina com design e qualidade? É na Mohawk.

Quase em frente ao café Intelligentsia, em Silver Lake [point semi-obrigatório dos hipsters] fica a loja Mohawk, de excelente curadoria de marcas masculinas. Pense em A.P.C (marca francesa de básicos muito elegantes, bem cortados e não muito caros), Industry of All Nations (roupas com materiais orgânicos, sustentáveis, comércio justo, e tudo o mais). Quem gosta de moda um pouco mais selecionada e clean, vai amar este lugar.

4. Um brunch cafona é obrigatório!

Eu amo coisas cafonas. Acho que as programações mais cafonas dizem a mais pura verdade sobre suas cidades. Principalmente quando são cafonas e feitas pelos locais, como um brunch no Beverly Hills Hotel, no restaurante Polo Lounge.
O elenco é composto de senhoras com chapeus, oculos de lente degradé e muito botox, executivos da indústria do entretenimento e A-List celebrities, como no dia que eu fui, Leonardo diCaprio, a duas mesas de distância, com seus amigos. Fotos, nem pensar. A experiência do glamour vintage semi-decadente não é muito barata: o menu é US$ 70 por pessoa – mas são três pratos, e um drink.
E claro, pertencer aquele cenário de zoológico-chique de Beverly Hills. Um dos pontos altos da viagem.

5. Akbar.

Bar-boate em Silver Lake divertidíssimo. Fui duas vezes, conheci um monte de gente legal nas duas, perdi um monte de dinheiro na JukeBox que não funciona. Drinks baratos. Eles tem até Manifesto: “We are AKBAR. We believe in the power of rock and roll. We love guitars. We abhor homophobia. And hetero-phobia. We enjoy a cold beer. We cannot abide a mean drunk. We don’t get organized religion. We like disco. We despise racism. We cannot respect disrespectful behavior. We do not condone “velvet ropes.” We do not care who is a celebrity and who is not. We love our friends. We can be silly. We do not understand gay Republicans. We wing it. We try to obey traffic laws. We do believe variety is the spice of life. We do not enjoy excessive profanity. Damn it.” Deu vontade? Porque aqui, deu saudade.